Comportamento alimentar começa na infância
No processo de desenvolvimento e produção do livro Enrola, Chore e Come, não pude deixar de lembrar da minha irmã quando éramos crianças. Ela era muito seletiva com a comida e praticamente não comia nada.
Minha mãe, por desespero, tentava de tudo. Chegou a comprar uma cumbuquinha nova para ela comer. E foi minha irmã quem escolheu.
Lembro que ela comia muito bem arroz com caldinho de feijão, mas não gostava da pele do tomate. Ela chama de “titino”. Minha mãe para atender a filha, não colocava tomate nos refogados, ficava só na salada mesmo. Eu não entendia as exigências, mas eu também tinha as minhas: não comia determinados tipos de carne. Meu irmão, não tinha onda, ele comia de tudo. Ele seria o personagem José da história.
E minha mãe utilizava da criatividade (e talvez orientação divina) para que ela pudesse atender aos pedidos dos filhos. Minha mãe sempre buscou por criar receitas saudáveis para atender as suas crianças.
O tempo passou, os gostos mudaram. Eu não comia beterraba e nem beringela e passei a comer. E o que me ajudou a escolher bem esses alimentos saudáveis foi o preparo. Sim, dependia do jeito que eram preparadas para eu comer. Frescura? Não, era o gosto e a textura.
Só sei que a alimentação equilibrada e saudável, nos fizeram adultos saudáveis. Eu vejo pela minha mãe agora, com mais de 70 anos, a saúde que ela tem. Ela sempre colocava um tipo de salada na mesa, mesmo que fazíamos cara feia ou comíamos uma folha, algum legume ou verdura, acabávamos comendo.
Encontrei um artigo bem interessante que fala sobre esse comportamento. Segundo as autoras, a preocupação dos pais está na quantidade de alimentos e não na qualidade. Elas ainda acrescentam que fatores culturais e psicossociais também influenciam no comportamento da criança.
Sabe-se também que a alimentação é um dos fatores que contribui ou não para o aparecimento de determinadas doenças crônico-degenarativas. Ou seja, alimentar com comida de qualidade faz total diferença.
E no artigo, as autoras concluem que a família é a responsável pela formação do comportamento alimentar da criança que irá ser continuado até a fase adulta. Os pais são os primeiros educadores nutricionais.
Vale a pena a leitura do artigo que fala sobre o comportamento das crianças perante os alimentos e também do livro Enrola, Chora e Come, que através de forma poética a autora do livro, Danila Orlandim, convida as crianças a uma boa alimentação.
Matéria completa publicada no Jornal de Pediatria - www.jped.com.br
Desenvolvimento do comportamento alimentar infantil
Autoras: Maurem Ramos
Nutricionista e Mestranda de Psicologia Social e da Personalidade, Programa de Pós-graduação da Faculdade de Psicologia da PUCRS, Mestrado de Psicologia Social e da Personalidade.
Lilian M. Stein
Psicóloga, Ph.D, professora adjunta, Programa de Pós-graduação da Faculdade de Psicologia da PUCRS, Mestrado de Psicologia Social e da Personalidade.
Confira:
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